quarta-feira, 29 de julho de 2009

O QUE É TEATRO?


Teatro vem do grego, “théatron”, que significa panorama (lugar de onde se vê), ou seja, é o lugar onde as pessoas se reúnem com um objetivo em comum: assistir ao espetáculo. Nesse momento, o ator pode ser quem quiser, quando quiser, onde quiser… O público tem liberdade para analisar, criticar, se emocionar e até se pronunciar… Ocorre, então, a cumplicidade de palco e público… Tudo isso é mágico, fantástico, algo que somente o teatro pode proporcionar por completo.
Considerado por muitos como a “Arte Total”, ou seja, a arte que engloba todas as outras artes (podendo-se utilizar a música como trilha sonora, a dança como expressão corporal, as artes plásticas como cenário, etc.), o teatro nasceu por meio de manifestações/rituais aos deuses, foi se aprimorando e não tem limites para enriquecer.
Acredito haver três “porquês” para se fazer teatro: 1) terapêutico, proporcionando a quem o pratica o autoconhecimento, por meio de estudos de outrem (sobre a personagem e sobre a gênese do próprio ator); 2) Aquisição de cultura, pois, antes de fazer a montagem cênica, há um estudo, uma pesquisa sobre o autor, a época, os costumes, os objetivos e os conflitos do texto/cena e dos personagens; 3) pesquisa prática, em que ocorre a percepção do outro. Por exemplo, uma pessoa pode interpretar uma feirante e, para melhor desempenhar o papel, estuda seus costumes, seu andar, seus gestos, sua dicção, volume da voz etc. Quanto mais informações tiver sobre a feirante, melhor conseguirá interpretá-la e, certamente, melhor será recebida pelos espectadores.
O teatro é tão fantástico e tão encantador que a grande maioria deixa de tê-lo simplesmente como terapia ou aquisição de cultura e passa a tomá-lo como “profissão”. Hoje se nota uma ampla aceitação do teatro na sociedade, com visíveis benefícios em vários setores, como o da educação. Quando se estuda e se pratica essa “arte total” na escola, há uma melhora na formação do ser/indivíduo, já que se estuda o ser humano e as suas “máscaras”.
Não podemos nos esquecer de que o teatro é um jogo. Porém, não um simples jogo, mas, sim, um jogo de persuasão, um jogo de retores. Todo bom ator é um bom “manipulador” e, com toda a certeza, tem maior consciência de quando, como e por quem está sendo “manipulado”.
Hoje em dia somos vítimas de manipulações da publicidade, da política de ética duvidosa, da indústria cultural, dos líderes sociais etc. O teatro amplia o panorama e as ferramentas de quem o “joga”.
Há tantos pontos positivos para se fazer teatro, porém não se pode negar ou ocultar que há um ponto, digamos, negativo: o teatro vicia!
“Uma vez no palco, sempre no palco.”
Marielle CecconelloProfessora de Teatro do Colégio São Luís
Publicado: 01/08/2007 às 10:46
Teatro vem do grego, “théatron”, que significa panorama (lugar de onde se vê), ou seja, é o lugar onde as pessoas se reúnem com um objetivo em comum: assistir ao espetáculo. Nesse momento, o ator pode ser quem quiser, quando quiser, onde quiser… O público tem liberdade para analisar, criticar, se emocionar e até se pronunciar… Ocorre, então, a cumplicidade de palco e público… Tudo isso é mágico, fantástico, algo que somente o teatro pode proporcionar por completo.
Considerado por muitos como a “Arte Total”, ou seja, a arte que engloba todas as outras artes (podendo-se utilizar a música como trilha sonora, a dança como expressão corporal, as artes plásticas como cenário, etc.), o teatro nasceu por meio de manifestações/rituais aos deuses, foi se aprimorando e não tem limites para enriquecer.
Acredito haver três “porquês” para se fazer teatro: 1) terapêutico, proporcionando a quem o pratica o autoconhecimento, por meio de estudos de outrem (sobre a personagem e sobre a gênese do próprio ator); 2) Aquisição de cultura, pois, antes de fazer a montagem cênica, há um estudo, uma pesquisa sobre o autor, a época, os costumes, os objetivos e os conflitos do texto/cena e dos personagens; 3) pesquisa prática, em que ocorre a percepção do outro. Por exemplo, uma pessoa pode interpretar uma feirante e, para melhor desempenhar o papel, estuda seus costumes, seu andar, seus gestos, sua dicção, volume da voz etc. Quanto mais informações tiver sobre a feirante, melhor conseguirá interpretá-la e, certamente, melhor será recebida pelos espectadores.
O teatro é tão fantástico e tão encantador que a grande maioria deixa de tê-lo simplesmente como terapia ou aquisição de cultura e passa a tomá-lo como “profissão”. Hoje se nota uma ampla aceitação do teatro na sociedade, com visíveis benefícios em vários setores, como o da educação. Quando se estuda e se pratica essa “arte total” na escola, há uma melhora na formação do ser/indivíduo, já que se estuda o ser humano e as suas “máscaras”.
Não podemos nos esquecer de que o teatro é um jogo. Porém, não um simples jogo, mas, sim, um jogo de persuasão, um jogo de retores. Todo bom ator é um bom “manipulador” e, com toda a certeza, tem maior consciência de quando, como e por quem está sendo “manipulado”.
Hoje em dia somos vítimas de manipulações da publicidade, da política de ética duvidosa, da indústria cultural, dos líderes sociais etc. O teatro amplia o panorama e as ferramentas de quem o “joga”.
Há tantos pontos positivos para se fazer teatro, porém não se pode negar ou ocultar que há um ponto, digamos, negativo: o teatro vicia!
“Uma vez no palco, sempre no palco.”
Marielle Cecconello
Professora de Teatro do Colégio São Luís

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